As tecnologias baseadas em dados estão se tornando cada vez mais importantes para a produção de alimentos. Isso ocorre porque, a capacidade de coletar e analisar dados em tempo real tem o potencial de transformar a maneira como os agricultores e indústrias trabalham. O objetivo dessas tecnologias é permitir que eles tomem decisões mais informadas sobre as suas produções. O uso de dados para melhorar a eficiência da produção de alimentos encontra alguns desafios. A falta de conexão à internet no campo é um deles.
Nesse artigo vamos entender um pouco sobre quais são essas tecnologias, seus desafios e soluções disponíveis hoje pra você poder colocar em prática no seu negócio.
Dados na melhoria da produção de alimentos
A gestão eficiente do agronegócio requer o uso de dados para tomar decisões estratégicas. Os dados podem ser usados para monitorar as condições climáticas, o solo e as plantas, bem como para otimizar o uso de insumos e maquinário. Além disso, os dados também podem ser usados para acompanhar o crescimento dos animais e a produção de leite e carne. O uso de dados para melhorar a gestão do agronegócio é crucial para garantir a produtividade e a eficiência do negócio.
O Uso de dados na cadeia agroalimentar
- Rastreabilidade – A rastreabilidade permite acompanhar o percurso de um produto agrícola desde o campo até o consumidor. Seu objetivo é fornecer informações valiosas sobre a qualidade e a segurança do alimento. Assim é possível garantir e atestar a qualidade em toda cadeia.
- Agricultura de precisão – A agricultura de precisão usa tecnologias avançadas, como sensores e GPS, para monitorar e gerenciar de forma eficiente as atividades agrícolas. Isso permite aos agricultores obter dados precisos sobre as condições do campo e, assim, ajustar as práticas de cultivo para maximizar a produtividade.
- Sistemas de informação geográfica (SIG) – Os SIG permitem a coleta, o armazenamento e o gerenciamento de dados geográficos, o que é muito útil para a agricultura. Por exemplo, os agricultores podem usar SIG para planejar o plantio de culturas, monitorar as condições do campo e avaliar o impacto ambiental das atividades agrícolas.
- Inteligência artificial (IA) – A inteligência artificial está cada vez mais sendo usada na agricultura para ajudar os agricultores a tomar decisões de cultivo mais eficientes. Por exemplo, a IA pode ser usada para analisar dados sobre o clima, o solo e as plantas para prever as condições do campo e, assim, ajustar as práticas de cultivo.
- Big data – O big data é uma ferramenta valiosa para a agricultura. Ela permite aos agricultores analisar grandes volumes de dados para obter insights valiosos sobre as condições do campo e as práticas de cultivo.
O desafio da conectividade
O avanço de tecnologias como o 5G visam facilitar a implementação desse tipo de tecnologia. Esse modelo de conexão deve permitir a implantação de diversas tecnologias de monitoramento automatizado. Infelizmente o avanço da cobertura de internet no campo não é uma tarefa simples e estamos muito longe de atingir uma cobertura adequada.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de penetração da internet nas áreas rurais do Brasil saltou de apenas 1,4% em 2000 para quase 54% em 2020. Esse aumento é um reflexo do crescente investimento do governo federal em projetos de infraestrutura de telecomunicações, bem como da crescente disponibilidade de serviços de internet banda larga nas áreas rurais do país.
Apesar desse investimento, o acesso das propriedades à rede ainda é muito inexpressivo. Segundo o instituto, o País possui 5,07 milhões de propriedades rurais, das quais 71,8% não têm acesso à internet. Como o agronegócio pode então se aproveitar dos avanços tecnológicos e do uso de dados para melhorar sua produtividade hoje, sem depender do acesso à internet?
Offline First
O agronegócio é uma área em constante evolução e, com isso, surgem novas formas de otimizar os processos. Uma das tendências que vem ganhando força nos últimos anos é a utilização de plataformas offline first para coleta de dados. Enquanto os grandes grupos apostam em grandes investimentos para levarem o 5G para seus locais de produção, o offline first parece ser uma opção mais viável de digitalizar a produção.
Isso significa que, mesmo em locais sem acesso à internet, é possível obter informações precisas e atualizadas sobre o cultivo e produção. Essas plataformas são extremamente úteis para agricultores que trabalham em áreas remotas ou que enfrentam problemas de conectividade.
O princípio do “offline first” é simples: projetar aplicações para funcionar sem conexão à internet é a norma, e não mais uma exceção.
Isso significa que, ao projetar uma plataforma, se considerou de que forma ele pode funcionar mesmo sem uma conexão de rede confiável. E quando o aplicativo detecta uma conexão, ele pode sincronizar seus dados com um servidor.
Além disso, existem outros benefícios na tecnologia como a robustez, já que são menos propensos a erros por não depender da conexão para funcionar. Eles também são mais rápidos e amigáveis ao usuário, pois eles podem acessar os dados mesmo em situações em que a conexão é fraca ou instável.
A utilização de plataformas offline first é uma tendência que veio para ficar. Junto com as tecnologias baseadas em dados, ela está mudando a agricultura brasileira e aumentando a qualidade e eficiência da produção de alimentos. Com o tempo, os agricultores devem adotar cada vez mais essas tecnologias, permitindo que eles produzam mais alimentos de forma mais eficiente e sustentável.